eu falo demais

Estou aqui: http://soucanhoto.blogspot.com/

É importante dar um termo final para algo que por tanto tempo me ajudou, seja simplesmente por ter um lugar para desabafar ou simplesmente pelo prazer de escrever e ser lido (ainda que por poucas pessoas).

Não importa. Desde 2003 essa foi uma casa de idéias. Foi engraçado ler todos meus textos e enxergar um amadurecimento da minha pessoa, uma mudança que me foi nítida ao passar os olhos pelos arquivos deste bloguinho.

Mas não gosto de ver ele assim, agonizando, aberto e abandonado. Então termino um ciclo na data de hoje.

Declaro finalizado este blog.

Alguns meses sem aparecer. Talvez eu volte definitivamente, talvez dê alguma espiada furtiva ou algum eventual pitaco.

Não esperem muita coisa, portanto.


Mas afinal, estou falando COM QUEM!?

É ver o Tuta brigando pra ficar em pé dentro de um campo de futebol.

Nesses quase 5 anos de blog, novamente venho compartilhar da minha depressão com vocês. E nenhuma depressão pode andar desacompanhada de álcool e elementos temáticos.


Ouçam:

Jorge Drexler - Soledad
Clube da Esquina - Me deixa em paz (mas o clube da esquina mesmo, não essa versão asquerosa do Sêo Jorge)
Marisa Monte - a primeira pedra
Aqualung - Brighter Than Sunshine
Cássia Eller - Nasci Para Chorar
Titãs - Eu e Ela
Nenhum de Nós - FeedBack
Lupicínio Rodrigues - Nervos de Aço
Bill Withers - Ain't No Sunshine
Ray Charles - Georgia On My Mind


Leiam:

Florbela Espanca
Lord Byron
Alguma coisa de Ferndando Pessoa e Álvaro de Campos


Vejam:

Qualquer comédia romântica onde o protagonista se fode até o último minuto, quando milagrosamente tudo dá certo, encontra um amor e vive feliz para sempre. O sentido de assistir o filme é comprovar de uma vez por todas a certeza quase cósmica de que isso só dá certo na mente de um roteirista, na pele de um ator e no sonho de um ingênuo.


Tudo isso acompanhado de dias de chuva sem fim, inexistindo a previsão de que no próximo o sol irá brilhar.

De todos os absurdos que eu li sobre o caso da menina Isabella (muito poucos, porém todos completamente descompassados), finalmente algo que valha a pena parar um pouco para ler e pensar.

Como não havia prometido, aqui vai o texto na íntegra, com a devida citação, do qual tirei o trecho que foi objeto do meu último post.

“Inegável a existência de um vínculo afetivo e sexual, que perdurou, de forma intermitente, ao longo de quase oito anos. Amor intenso, dramático, muitas vezes exasperado, transtornado e até desesperado. Se o amor era assim sentido por ambos, não se sabe. Não há uma linha escrita pela autora/apelada a expressar tanta paixão. Mas o apelante, que é homem extrovertido, passional, externou, por mil modos, o que sentia e o quanto sentia. Não há como percorrer as mais de mil laudas deste processo se sete volumes, sem deixar-se tocar por essa paixão. Não sei por que, mas examinei os restos mortais desse amor com a sensação que guardei de uma versão filmada de Shakespeare, in Ricardo V. Depois da batalha travada pelo domínio da França, o monarca vencedor percorre a pé o campo da luta. O prado transformou-se num lodaçal, a chuva cai sem cessar. No solo, bandeiras, restos fumegantes de carros de combate, cavalos mortos, estandartes estraçalhados, feridos que clamam por atendimento e milhares de mortos. Dentre estes, nobres, amigos, parentes, servos, rapazes ainda imberbes que lutaram por um ideal para eles inatingível. O rei toma nos braços o corpo de seu melhor amigo e com ele completa a caminhada. Não há diálogos e o rei sequer monologa. Mas creio que, ao longo do percurso, uma pergunta o monarca não cessou de fazer a si mesmo: valeu a pena? Os personagens deste drama judiciário aí estão, felizmente, vivos e em condições de re-amar. E certamente se perguntam, diante da exposição quase pública das vísceras desse amor, se valeu a pena. Digo que melhor seria que tudo terminasse com a grandeza do imortal Agustin Lara. Na mansão que ergueu para ser o templo da consagração de seu amor pela belíssima Maria Félix, percebeu um dia, ao café da manhã, um rictus de desprezo no rosto amado. Levantou, subiu as escadarias de mármore, foi ao banheiro, colocou a escova de dentes no bolso e nunca mais voltou”. (Voto do Des. Eliseu Gomes Torres, na Apel. Cív. 598.051.357; in COAD ADV, Informativo, boletim semanal nº 36, 1998)".

Ah, retirei do ótimo site do escritório de advocacia dos Gontijo.

Peço perdão por não lembrar de onde tirei este trecho, pois sempre tenho o hábito de citar autores. Chupar obras de outras pessoas não é uma atitude que acho digna. Mas no momento, serve apenas o aviso de que não são minhas as palavras que verso abaixo:

"[...]Digo que melhor seria que tudo terminasse com a grandeza do imortal Agustin Lara. Na mansão que ergueu para ser o templo da consagração de seu amor pela belíssima Maria Félix, percebeu um dia, ao café da manhã, um rictus de desprezo no rosto amado. Levantou, subiu as escadarias de mármore, foi ao banheiro, colocou a escova de dentes no bolso e nunca mais voltou."

Ao mandar um sinal de fumaça anunciando que estou vivo, aviso aos incautos visitantes deste abandonado blog que fui aprovado no exame de ordem. Ainda esse semestre receberei a minha carteira de advogado, estando habilitado para viver aventuras cheias de adrenalina e reviravoltas, que nem nos livros do John Grisham.

Mal posso esperar.

Não, ainda não estou comendo gente (pelo menos não que nem no filme de mesmo título do post). Acontece que estou bem louco com essa história de exame da ordem.

Tenho entrado em discussões doutrinárias ferrenhas com profissionais da área do direito que labutam ao meu lado. Acontece que o curso dá situações por vezes complexas e um tanto quanto raras, mais alguns macetes que a massa civilista desconhece. Entra um estudante do curso da ordem no meio de uma discussão de dinossáros só dá merda.

Tenho aula esse final de semana. INTEIRO. Friso isso, minhas faculdades mentais estão indo pro saco. So falo nisso, só penso nisso, e quando estou trabalhando estou atento às armadilhas que podem morder meu rabo no dia 24 de fevereiro.

Aula no domingo. Estou simplesmente excitado com a idéia.

Aulas de reforço do curso de exame da ordem? Quintas à tardinha. Missa na capelinha do IDC.

Deveria ter separado os parágrafos em itens, tópicos, ou o caralho. Mas estou escrevendo petições a punho faz um bom tempo, então meu saco está do tamanho de um balão daqueles da goodyear.



Talvez eu tenha trocado as bolas... Mas foda-se, tirando os trocadilhos, em momento algum falei de órgão sexual.